Quais os sinais de bullying na Igreja Católica?
A Igreja Católica nascida de Cristo e vivificada pelo Espírito Santo é uma das Instituições mais antigas do mundo. Desde o início do cristianismo, a Igreja sempre procurou responder aos apelos de seu Senhor na busca da Verdade e na promoção da vida. Em sua história, passou por muitas provações e perseguições, mas permanece fiel ao Evangelho até os dias de hoje. A Igreja sempre suportou os ataques e os crescentes conflitos sociais à sua doutrina e nunca esmoreceu diante do anúncio de Jesus Cristo.
Ela tenta acompanhar os sinais dos tempos para dar respostas sólidas aos temas mais urgentes e dolorosos da humanidade que são contrários ao projeto de Deus. A doutrina pregada pela Igreja tem seus pilares na Tradição, na Escritura, nos Sacramentos, no Magistério, no Cristo Ressuscitado. Em cada época, ela ergueu sua voz denunciando o mal e tudo o que destrói a dignidade humana e com isso teve que se adaptar aos novos tempos e mentalidades.
No entanto, a unidade da Igreja se vê cada vez mais ameaçada, pois dentro dela existem pessoas que não partilham dos mesmos ideais de renovação e promovem o paralelismo apoiando-se num passado que já não existe e que não corresponderá mais ao mundo real. São cristãos que se dizem católicos, mas não aceitam a autoridade papal e não comungam com a Igreja. Vivem uma religião à parte e procuram usar de sua autoridade e ritualismo externo para incutir nos demais que são melhores e que a “verdadeira Igreja, a verdadeira missa” é a que celebram.
Posso afirmar com toda certeza que isso é um bullying presente em nossas comunidades que destroem a capacidade das pessoas de serem livres e caminharem com a Igreja. São os separatistas que defendem uma bandeira fundamentalista e sem vida, sem compromisso, sem caridade.
Quando uma pastoral, movimento, associação, parte para o fundamentalismo, significa que deixou de colaborar com a missão de Cristo e da Igreja. Perdeu completamente o sentido de pertença Àquele que se entregou por nossa salvação.
A intolerância, a falta de respeito, de perdão, de amor, são realidades que estão dentro das nossas paróquias. O bullying católico consiste em pressionar o outro a ser como eu quero ou manipular uma verdade própria usando o nome da instituição. Cada vez que isso acontece, Cristo vai se apagando e o Evangelho da unidade se desmorona. Os que afirmam que “fora da Igreja Católica não há salvação” são os que menos conhecem a doutrina e usam do autoritarismo para tentar calar a Verdade.
Falamos tanto em misericórdia e promoção humana e, no entanto, nos deparamos com atitudes extremistas que corrompem a fé e criam apatia social e religiosa. Isto explica porque muitas pessoas têm se declarado sem religião. Certamente porque cansaram de ver tantos hipócritas e fariseus do nosso tempo defendendo suas bandeiras e não a de Cristo. Nossas “seitas” presentes no catolicismo tem que começar a mudar sua consciência e passar a ver o mundo com os olhos de Jesus Cristo que veio para nos libertar.
Rubricas, fórmulas litúrgicas, leis, regras, devem estar a serviço da vida eclesial e não escravizar os fiéis tornando-os robôs da religião. Os que se escondem atrás dos panos num discurso fanático são os mesmo que estão nas redes sociais e na mundanidade mandando que se faça o que eles não creem e não vivem.
A Igreja não precisa deste tipo de fiéis que se esconde atrás de um pietismo falso. Ela precisa de cristãos responsáveis em viver o Evangelho como Cristo viveu. A lei de Cristo é o amor a Deus e ao próximo. Sem isto, as “norminhas” tornam-se ridículas e se perde a oportunidade de realmente fazer uma profunda experiência de Igreja.
Pense nisto e não se deixe levar pelos outros, não entre na onda da aparência, pois elas enganam. Ajude as pessoas a serem livres em Cristo e não farisaicas. Qualquer atitude eclesial e pastoral que não acompanha as orientações do Magistério é considerada anticatólica. O cristão Católico de verdade é aquele que comunga e caminha com a Igreja que está sob a direção do Papa e dos bispos.
Com as bênçãos divinas e a proteção de Maria.
P. Nilton Cesar Boni cmf
About Author
Missionário Filho do Imaculado Coração de Maria - Claretiano. Bacharel em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais/SP e Teologia pelo Studium Theologicum de Curitiba/PR. Pós-graduado em Espiritualidade pela FAVI. É vigário paroquial da Paróquia do Imaculado Coração de Maria e formador dos estudantes de teologia. | Contato: [email protected]
Ana Luisa
Excelente texto Padre Nilton. Já compartilhei com os amigos.
07:50 - 15/12/2017