Pai, te entrego meu espírito! – Sexta-Feira Santa
Senhor, por que me trouxeste no horto nesta hora?
Estou tão cansado, tão distante. O que queres de mim?
É noite, estou sem ânimo. Não consigo abrir os olhos. A escuridão me cega.
O que queres de mim?
Sei que tua hora está próxima, mas eu estou longe.
Queres que vigie contigo? Dá-me forças.
Há um sono profundo rondando meu destino.
Talvez eu não queira acordar ou quem sabe, não queira ficar aqui contigo.
Sinto tua angústia, mas o que posso fazer? Ela é tua, não posso tirá-la.
Tu sim, podes ajudar-me a tirar as minhas.
Tua hora está próxima. O traidor ronda tua luta. Tu és forte, Senhor!
Aqui estou. Perdão por me ausentar, por não te dar o que esperas de mim.
Vislumbro o teu sofrimento e a tua cruz.
É por mim! Pelos teus escolhidos. Pelo mundo endurecido e cego.
Tua entrega é um dom. É o bem maior. É a vida plena.
Que queres de mim? Estou aqui, olhando para ti, para teu suor de sangue.
Olho tua cruz que se arrasta desde o horto da agonia até a aurora da ressurreição.
Peço perdão. Não sou digno de tua redenção.
Tua misericórdia na cruz me basta.
Me desperta do meu sono profundo e faz com que entregue meu espírito a ti.
Senhor, que queres de mim? Que eu vigie? Que eu reze? Que eu ame?
Hoje só o silêncio me basta.
Amém.
Que o amor do Crucificado ecoe em vosso coração
neste silencioso dia da paixão.
Pe. Nilton Cesar Boni cmf
About Author
Missionário Filho do Imaculado Coração de Maria - Claretiano. Bacharel em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais/SP e Teologia pelo Studium Theologicum de Curitiba/PR. Pós-graduado em Espiritualidade pela FAVI. É vigário paroquial da Paróquia do Imaculado Coração de Maria e formador dos estudantes de teologia. | Contato: [email protected]
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