Oração do dia 26/03 – Segunda-feira Santa

Concedei, ó Deus, ao vosso povo, que desfalece por sua fraqueza, recobrar novo alento pela Paixão do vosso Filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

SEGUNDA-FEIRA SANTA

Ofício das Leituras – Liturgia das horas

Segunda Leitura
Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

(Sermo Guelferbytanus 3:PLS 2,545-546) (Séc.V)

Gloriemo-nos também nós na Cruz do Senhor!

A Paixão de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é para nós penhor de glória e exemplo de

paciência.

Haverá alguma coisa que não possam esperar da graça divina os corações dos fiéis, pelos quais

o Filho unigênito de Deus, eterno como o Pai, não apenas quis nascer como homem entre os

homens, mas quis também morrer pelas mãos dos homens que tinha criado?

Grandes coisas o Senhor nos promete no futuro! Mas o que ele já fez por nós e agora

celebramos é ainda muito maior. Onde estávamos ou quem éramos, quando Cristo morreu por

nós pecadores? Quem pode duvidar que ele dará a vida aos seus fiéis, quando já lhes deu até a

sua morte? Por que a fraqueza humana ainda hesita em acreditar que um dia os homens viverão

em Deus?

Muito mais incrível é o que já aconteceu: Deus morreu pelos homens.

Quem é Cristo senão aquele que no princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus: e a

Palavra era Deus? (Jo 1,1). Essa Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Se

não tivesse tomado da nossa natureza a carne mortal, Cristo não teria possibilidade de morrer

por nós. Mas deste modo o imortal pôde morrer e dar sua vida aos mortais. Fez-se participante

de nossa morte para nos tornar participantes da sua vida. De fato, assim como os homens, pela

sua natureza, não tinham possibilidade alguma de alcançar a vida, também ele, pela sua

natureza, não tinha possibilidade alguma de sofrer a morte.

Por isso entrou, de modo admirável, em comunhão conosco: de nós assumiu a mortalidade, o

que lhe possibilitou morrer; e dele recebemos a vida.

Portanto, de modo algum devemos envergonhar-nos da morte de nosso Deus e Senhor; pelo

contrário, nela devemos confiar e gloriar-nos acima de tudo. Pois tomando sobre si a morte que

em nós encontrou, garantiu com total fidelidade dar-nos a vida que não podíamos obter por nós

mesmos.

Se ele tanto nos amou, a ponto de, sem pecado, sofrer por nós pecadores, como não dará o que

merecemos por justiça, fruto da sua justificação? Como não dará a recompensa aos justos, ele

que é fiel em suas promessas e, sem pecado, suportou o castigo dos pecadores?

Reconheçamos corajosamente, irmãos, e proclamemos bem alto que Cristo foi crucificado por

amor de nós; digamos não com temor, mas com alegria, não com vergonha, mas com santo

orgulho.

O apóstolo Paulo compreendeu bem esse mistério e o proclamou como um título de glória. Ele,

que teria muitas coisas grandiosas e divinas para recordar a respeito de Cristo, não disse que se

gloriava dessas grandezas admiráveis – por exemplo, que sendo Cristo Deus como o Pai, criou

o mundo; e, sendo homem como nós, manifestou o seu domínio sobre o mundo – mas afirmou:

Quanto a mim, que eu me glorie somente na cruz do Senhor nosso, Jesus Cristo (Gl 6,14).

Fonte: Liturgia das Horas.

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Paróquia Imaculado Coração de Maria

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