Oração do dia 19/01
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Ofício das Leituras – Liturgia das horas
Segunda Leitura
Dos Capítulos sobre a perfeição espiritual, de Diádoco de Foticéia, bispo
(Cap.12.13.14:PG 65,1171-1172) (Séc.V)
Só a Deus amarás
Não pode amar a Deus quem ama a si mesmo. Pelo contrário, quem não se prefere por
causa das incomparáveis riquezas do amor de Deus, este ama a Deus. Daí decorre que
jamais busque a própria glória, mas a glória de Deus. Pois quem se ama, procura sua
glória, mas quem ama a Deus, ama a glória de seu Criador.
É próprio da alma sensível ao amor e a Deus procurar sempre a glória de Deus,
deleitando-se em realizar todos os preceitos com submissão. Porque a Deus, por causa
de sua magnificência, convém a glória. Ao homem, porém, convém a submissão que
nos faz familiares de Deus. Quando procedemos assim, nós nos alegraremos com a
glória do Senhor e, a exemplo de João Batista, começaremos a dizer sem nunca cessar:
É preciso que ele cresça e que nós diminuamos.
Conheci uma pessoa que, embora chorando por não amar a Deus como quereria, de tal
forma o amava que seu espírito era constantemente presa do veemente desejo de que
Deus nela encontrasse sua glória, ela mesma era como nada. Quem vive assim não será
louvado por palavras, mas se conhecerá por quem de fato é. Pelo imenso desejo
humilde, nem pensava em sua dignidade, apesar de servir a Deus conforme prescreve a
lei para os sacerdotes. Pela intensa vontade de amar a Deus, começou a esquecer-se de
seus títulos, ocultando na profunda caridade para com Deus, pela humildade de espírito,
a glória de sua posição, a ponto de sentir-se sempre servo inútil, indiferente a seu valor,
ansiando pela humildade. Também nós assim deveríamos proceder, fugindo de toda
honra e glória, por causa das inestimáveis riquezas do amor para com o Deus que
verdadeiramente nos ama.
Quem ama a Deus no íntimo do coração é por ele conhecido. Pois de toda a caridade de
Deus que alguém guarda no fundo da alma, nesta mesma medida o ama. Por isso, vem a
amar com extremos a luz do conhecimento, a ponto de senti-la até nos ossos. Já não se
conhece mais a si mesmo.Está todo transformado pela caridade.
Aquele que chegou a este ponto, vive, sim, mas como se não vivesse; vive no corpo,
mas, pela caridade, peregrina nos eternos caminhos para Deus. Abrasado o coração pelo
fogo da caridade, facho ardente de desejo, une-se a Deus, liberto de todo apego a si
mesmo pela caridade de Deus: Se somos arrebatados fora de nós, é por Deus: se somos
sóbrios, é para vós, como diz o Apóstolo.
Fonte: Liturgia das Horas.
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