Oração do dia 13/02

Ó Deus, que prometestes permanecer nos corações sinceros e retos, dai-nos, por vossa graça, viver de tal modo, que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ofício das Leituras – Liturgia das horas

Segunda Leitura
Do Comentário sobre o Livro dos Provérbios, de Procópio de Gaza, bispo

(Cap.9:PG 87-1,1299-1303) (Séc.VI)

A Sabedoria de Deus misturou o vinho e pôs a mesa para nós

A Sabedoria construiu para si uma casa. O poder por si subsistente de nosso Deus e Pai

preparou para si próprio uma casa: o universo onde ele habita por sua virtude. No

universo colocou também o homem que ele criou à sua imagem e semelhança,

composto de natureza visível e invisível.

Ergueu, então, sete colunas. O Espírito Santo deu os seus sete dons ao homem depois

de criado e conformado a Cristo, para que cresse em Cristo e observasse seus

mandamentos. Por estes dons, o homem espiritual chega à perfeição e se fortalece, pelo

enraizamento na fé, na participação da vida sobrenatural. Sua fortaleza é dinamizada

pela ciência, enquanto que sua ciência se manifesta pela fortaleza.

Assim, a natural nobreza do espírito humano é elevada pelo dom da fortaleza, e

predisposta a procurar com fervor e a desejar inteiramente as vontades divinas, pelas

quais tudo foi criado. Pelo dom do conselho, torna-se capaz de distinguir, entre o que é

falso e as santíssimas vontades de Deus, incriadas e imortais. Deste modo tornamo-nos

capazes de as meditar, ensinar e cumprir. Pelo dom da prudência, enfim, somos levados

a aprovar e aceitar estas mesmas vontades e não outras. Estas três virtudes exaltam o

natural esplendor do espírito.

Misturou em sua taça o vinho e preparou a mesa. Neste homem, em quem, como em

uma taça, mesclam-se a natureza espiritual e a corpórea, Deus uniu à ciência das coisas

o conhecimento dele próprio como o criador de tudo. Este dom da inteligência, tal qual

o vinho, faz o homem embriagar-se de tudo quanto se refere a Deus. Sendo assim,

graças a ele,que é o pão celeste, nutrindo as almas pela virtude e inebriando e

deleitando pela doutrina, a Sabedoria dispõe tudo como as iguarias do celeste banquete

para os que dele desejam participar.

Enviou os seus servos, chamando-os em alta voz à sua mesa, dizendo. Enviou os

apóstolos, a serviço de sua divina vontade na proclamação do Evangelho, que provindo

do Espírito está acima de toda a lei, quer escrita, quer natural, a fim de chamar todos a

si. Nele próprio, como numa taça, mediante o mistério da encarnação, fez-se a mistura

admirável das naturezas divina e humana, de maneira pessoal, isto é hipostática, sem

confusão. Enfim, pelos apóstolos ele proclama: Quem é insensato, venha a mim. Quem

é insensato, porque julga em seu coração que Deus não existe, abandone a impiedade,

venha a mim pela fé, e saiba que sou eu o criador de tudo e Senhor.

Aos carentes de sabedoria ele diz: Vinde, comei comigo o meu pão e bebei o vinho que

misturei para vós. Tanto àqueles que não têm obras da fé quanto aos mais perfeitos em

sua doutrina ele chama: “Vinde, comei o meu corpo que à semelhança do pão dos fortes

vos nutre; e bebei o meu sangue, que como vinho de doutrina celeste vos deleita e

conduz à deificação; pois de modo admirável misturei o sangue à divindade para vossa

salvação”.

Fonte: Liturgia das Horas.

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