Oração do dia 09/08

Liturgia das Horas – Quinta-feira

 

Manifestai, ó Deus, vossa inesgotável bondade para com os filhos e filhas que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação, e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ofício das Leituras – Liturgia das horas

Segunda Leitura
Dos Tratados de Balduíno de Cantuária, bispo

(Tract. 10:PL204,513-514.516) (Séc. XII)

O amor é forte como a morte

Forte é o amor, que tem poder para privar-nos do dom da vida. Forte é o amor que tem poder

para restituir-nos o gozo de uma vida melhor.

Forte é a morte, poderosa para despojar-nos do revestimento deste corpo. Forte é o amor,

poderoso para roubar os despojos da morte e no-los entregar de novo.

Forte é a morte; a ela o homem não pode resistir. Forte é o amor que pode vencê-la, embotar-

lhe o aguilhão, travar-lhe o ímpeto, quebrantar-lhe a vitória. Assim será quando for insultada e

ouvir: Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde está, ó morte, a tua vitória? (cf. Os 13,14; 1Cor

15,55).

O amor é forte como a morte (cf. Ct 8,6), porque é a morte da morte o amor de Cristo. Por isto

diz: Eu serei tua morte, ó morte; serei tua mordedura, ó inferno (cf. Os 13,14). Também o

amor com que amamos a Cristo é forte como a morte, é uma espécie de morte pela extinção da

vida antiga, a destruição dos vícios e a rejeição das obras mortas.

Este nosso amor para com Cristo é uma espécie de intercâmbio, embora o seu amor por nós seja

incomparável, e o nosso, uma semelhança à sua imagem. Pois ele nos amou primeiro (cf. 1Jo

4,10) e pelo exemplo de amor que nos propôs, fez-se para nós um sinete que nos torna

conformes à sua imagem. Depusemos a imagem terrena e nos revestimos da celeste; da forma

como somos amados, assim amamos. Nisto deixou-nos o exemplo para que sigamos suas

pegadas (cf. 1Pd 2,21).

Por isso ele diz: Põe-me como um selo sobre teu coração (Ct 8,6). Como se dissesse: “Ama-me

como eu te amo. Conserva-me em tua mente e em tua memória; em tua vontade, em teu

suspiro; no gemido e no soluço. Lembra-te, homem, de que forma te fiz, quando te pus acima

das outras criaturas, com que dignidade te enobreci, como te coroei de glória e de honra,

coloquei-te pouco abaixo dos anjos, como tudo submeti a teus pés. Lembra-te não apenas de

quanto fiz por ti, mas quantas crueldades e afrontas por ti suportei. Reconhece que ages mal

contra mim quando não me amas. Quem assim te ama, senão eu? quem te criou senão eu? quem

te remiu senão eu?”

Arranca de mim, Senhor, o coração de pedra. Tira o coração de pedra, tira o coração

incircunciso; dá-me um coração novo, coração de carne, coração puro! Tu, purificador dos

corações e amante dos corações puros, apossa-te de meu coração e nele habita, envolvendo-o e

enchendo-o. Tu, superior ao que tenho de mais alto, interior ao que tenho de mais íntimo! Tu,

forma da beleza e selo da santidade, marca meu coração com tua imagem. Sela meu coração

sob tua misericórdia, Deus de meu coração e meu quinhão, Deus para sempre (cf. Sl 72,26).

Amém.

Fonte: Liturgia das Horas.

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Paróquia Imaculado Coração de Maria

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