Oração do dia 05/07
Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Ofício das Leituras – Liturgia das horas
Segunda Leitura
Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, bispo
(Ps.32,29:CCL38,272-273) (Séc. V)
Aqueles que estão de fora, queiram ou não, são nossos irmãos
Irmãos, exortamos-vos instantemente à caridade, não apenas entre vós, mas também em
relação aos que estão de fora, quer sejam os ainda pagãos e descrentes, quer se tenham
separado de nós, e de modo que, professando conosco a Cabeça, separaram-se do corpo.
Sintamos pesar por eles, irmãos, porque eles continuam sendo nossos irmãos. Quer
queiram, quer não queiram, são nossos irmãos. De fato, só deixariam de ser nossos
irmãos se deixassem de dizer: Pai nosso.
Assim o Profeta falou de alguns: Àqueles que vos dizem: Não sois irmãos nossos,
respondei: Sois nossos irmãos. Observai de quem se poderia dizer isto, será que dos
pagãos? Não, pois nem os chamamos de nossos irmãos segundo as Escrituras e o modo
de tratar da Igreja. Será que dos judeus que não creram em Cristo?
Lede o Apóstolo e notai que quando fala de “irmãos” sem mais, somente se refere aos
cristãos: Tu, porém, por que julgas teu irmão, ou tu, por que desprezas teu irmão? E em
outro trecho: Vós cometeis a iniqüidade e a fraude e isto fazeis contra irmãos.
Por conseguinte, aqueles que dizem: “Não sois nossos irmãos”, estão nos chamando de
pagãos. Por isso eles querem batizar-nos de novo, declarando que não possuímos o que
dão. Por conseguinte, seu erro consiste em negar que somos seus irmãos. Mas então por
que nos disse o Profeta: Quanto a vós, respondei-lhes: Sois nossos irmãos; a não ser
porque reconhecemos neles aquele batismo que não repetimos? Não aceitando nosso
batismo, eles negam que somos seus irmãos. Nós, porém, não repetindo o deles, mas
reconhecendo-o como nosso, dizemos: Sois nossos irmãos.
Se eles disserem: “Por que nos procurais? Que quereis de nós?” respondamos: Sois
nossos irmãos. Mesmo que nos digam: “Podeis ir embora, nada temos convosco!” Pelo
contrário, nós temos muito convosco! Nós confessamos um mesmo Cristo, e assim
devemos estar em um só Corpo, sob uma só Cabeça.
Portanto, nós vos suplicamos, irmãos, por aquelas mesmas entranhas da caridade, cujo
leite nos alimenta, cujo pão nos fortalece, isto é,por Cristo, nosso Senhor. Com efeito, é
agora a ocasião de termos para com eles grande caridade, muita misericórdia, rogando a
Deus por eles, a fim de que lhes conceda sobriedade de pensamento para caírem em si e
enxergarem, porque nada absolutamente têm a dizer contra a verdade. De fato, apenas
lhes resta a fraqueza da animosidade, tanto mais enferma quanto mais julga possuir
maior força. Assim, pela mansidão de Cristo, nós vos conjuramos suplicando em favor
dos fracos, dos sábios segundo a carne, dos puramente humanos e carnais, mas ainda
nossos irmãos, que freqüentam os mesmos sacramentos, embora não conosco, mas os
mesmos. Eles respondem um só Amém, embora não conosco, mas o mesmo. Portanto,
derramai diante de Deus por eles o âmago de vossa caridade.
Fonte: Católico Orante.
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