EXISTE BULLYING NAS RELIGIÕES?
Estimados amigos, diante de muitas situações de bullying vividas atualmente, me veio à mente este tema ligado à religião. Está de forma geral, mas ainda escreverei sobre o bullying praticado por muitos grupos dentro de nossa Igreja Católica. Aguardem. Podem repassar para seus contatos.Existe bullying nas religiões?
Ultimamente a palavra bullying entrou com toda força no cotidiano das pessoas. O que anteriormente era caracterizado como uma brincadeira de amigos, hoje na verdade é considerado como violência psicológica que pode levar à agressão física e verbal e destruir muitas relações. Na tradução para nossa língua portuguesa, bullying significa valentão, tirano, brigão. É provocado por uma ou mais pessoas com a finalidade de intimidar humilhar ou agredir a vítima. Pode ser praticado em qualquer ambiente e no Código Penal Brasileiro está enquadrado como injúria, difamação e lesão corporal.
Já existe uma preocupação social em relação ao bullying, pois é crescente os casos de suicídio, violência e mortes provocadas por quem sofre deste problema. É um tema delicado que entra inclusive nas instituições religiosas.
Entendemos que a religião é um caminho que conduz o homem a Deus. Seu dever é orientá-lo ética, espiritual e moralmente para a fraternidade e o desenvolvimento pleno segundo a vontade de Deus. No entanto, a religião também acaba sendo um veículo para propagar diversas formas de violência através de doutrinas e ideologias que se fecham ao diálogo e levam ao fundamentalismo religioso.
O bullying praticado nas religiões começa no momento em que se exerce uma coerção sobre o outro, induzindo e manipulando para que aceite determinada denominação como a verdade suprema. O radicalismo gera constrangimento e em muitas situações, a migração para outras igrejas com a oferta de salvação fácil. As pressões na linha do financeiro dentro das comunidades religiosas é outro fator de bullying, talvez um dos mais sérios, pois tem esvaziado as pessoas do ideal de fé e causado ilusão na resolução imediata de seus conflitos. Vender a salvação é agressão e idolatria.
Quando determinados grupos participam da igreja e exercem a intolerância, isso pode ser caracterizado por bullying. O desrespeito frente às crenças e aos valores que cada uma possui causa danos irreparáveis para a espiritualidade e transforma o “crente” num medíocre, insensato e portador de uma fé fanática que se fecha num sistema doutrinário falho.
Precisamos ter muito cuidado com este tema e sempre fazer um exame de consciência para nos situarmos diante da realidade e colaborar por uma sociedade melhor. Saber lidar com o diferente é ter maturidade para conviver socialmente. Quem promove o sectarismo pode estar contribuindo para uma religião ausente do Deus Vivo e assim, o que é fé, pode ser patologia. Infelizmente, essa é uma realidade que nos toca. Nenhuma religião é melhor do que a outra e nenhuma salva. O que a torna divina é a busca constante de levar os corações para Deus e mostrar a beleza do Criador. Todos somos irmãos, viemos e voltaremos para a mesma fonte: Deus.
Examine tua vida e veja se você tem a capacidade de acolher o diferente, se usa a fé para testemunhar o amor de Deus, se é capaz de dialogar e perdoar, se percebe o valor do próximo. Caso contrário, converta-se ou deixe de pertencer a alguma religião, pois Deus não precisa de insanos para segui-lo. Ele quer filhos unidos que praticam a caridade e fazem fermentar o reino.
Pe. Nilton Cesar Boni cmf
About Author
Missionário Filho do Imaculado Coração de Maria - Claretiano. Bacharel em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais/SP e Teologia pelo Studium Theologicum de Curitiba/PR. Pós-graduado em Espiritualidade pela FAVI. É vigário paroquial da Paróquia do Imaculado Coração de Maria e formador dos estudantes de teologia. | Contato: [email protected]
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