Claret Contigo – Meditação Diária

Claret Contigo – Meditação Diária

Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador

30 de dezembro de 2019

“Há tempo para calar e tempo para falar, diz Salomão. Mas ao ver que meu silêncio é causa de que alguns sejam enganados, falarei brevemente, porque a verdade precisa de poucas palavras. E, como meu divino Mestre, falarei não para defender-me, mas para dar testemunho da verdade” (Testemunho da verdade, em AEC p. 546).

AMOR À VERDADE

Um provérbio dinamarquês diz: “O que não podes expressar em poucas palavras, não o sabes”. Claret foi homem de poucas palavras. A maior parte dos seus livros são mais que opúsculos. Somente no púlpito falava longamente sobre assuntos religiosos e morais. Mas fora disto, falava pouco e o apreço pela modéstia o impedia de falar de si mesmo.
Parece ter mantido sempre um perfeito equilíbrio entre falar e calar. O silêncio é a base do bom falar e sem silêncio nenhuma conversação será atinada. A palavra falada deveria ser como a escrita: precedida e seguida de espaços de silêncio, sem os quais é pouco inteligível.
A geração atual sofre de contaminação acústica externa e interna. Muitos padecem de conversa mental incessante, que leva a causar enfermidade psíquica e inclusive física. Quando Claret diz que ele permanecia em silêncio, é porque consegue viver o silêncio interior, do qual foi extraordinariamente capaz, apesar de estar envolvido em calúnias e perseguições. Aí é onde Claret se propõe, e consegue, guardar silêncio. Mas o motivo de Claret não era sua saúde mental, que a teve, e excelente, mas seguir o exemplo de Jesus.
O Senhor, vítima de calúnias e trapaças, não pretendeu desfazer nenhum mal-entendido diante de Caifás e Pilatos. Havia vindo ao mundo para dar testemunho da verdade e este dever já tinha cumprido: Foi o que originou seu processo e condenação. O testemunho da verdade é também tarefa do evangelizador: libertar de enganos, indicar o caminho certo. Isto não o faz o charlatão da praça, mas o homem de silêncio e interioridade. E não pode ser confundido o serviço à verdade com o serviço a si mesmo.

Como é o seu falar e o seu calar? Qual dos dois pode mais? Vive na defensiva ou está disposto a ceder os seus direitos?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf