Claret Contigo – 30 de março

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

30 de março de 2020

“…dirijo-me ao Senhor e lhe digo com todo meu coração: Oh! meu Senhor, Vós sois meu amor! Vós sois minha honra, minha esperança, meu refúgio! Vós sois minha vida, minha glória, meu objetivo! Oh! meu amor! Oh! minha bem-aventurança! Oh! meu protetor! Oh! minha alegria! Oh! meu reformador! Oh! meu Mestre! Oh! meu Pai! Oh! meu amor!” (Aut 444.6).

MEU DEUS, MEU TUDO

Este texto foi escrito há 150 anos. Depois da época barroca, a linguagem da espiritualidade voltou a ser carregada, às vezes, melosa e cheia de sensibilidades. Talvez hoje seja mais aceitável o modo de expressar-se de Paulo de Tarso: “vivo eu, mas não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 20), ou: “para mim viver é Cristo e a morte um lucro” (Flp 1, 21).

O que domina estas expressões de Claret é a paixão, o sentimento, um coração cheio de transbordamentos que encontra dificuldade em descrever o que dentro dele existe. Observe a menção do amor no começo e no final da frase e no centro dela a alegria. Há vinte anos, um repórter perguntava ao bispo Pedro Casaldáliga CMF, se ele era feliz, e ele respondeu com ênfase: “quase feliz”. Não explicou nada mais, mas pelo tom e pelo contexto se entendia: é muito sensível ao sofrimento humano, mas com a convicção e a experiência evangélica do amor sem medidas de Deus por todas as suas criaturas.
As situações como esta de Claret não se chega em dois dias, mas depois de anos de busca, de oração, de imersão no divino. O fruto o descreve São João da Cruz em versos insuperáveis: “Na adega interior / bom vinho do meu amado bebi / e quando pelos campos saí / outra coisa não sabia / senão ter ganhado o que perseguia” (Cântico espiritual).

Claret, João da Cruz e outros muitos nos deixaram o testemunho de uma vida imersa em Deus e felizes. Claret só entende de amor e de viver em Cristo; o santo carmelita vai como ébrio e com a existência simplificada ao máximo: “não guardo nada do que ganhei / nem tenho outro ofício / pois amar é o meu único exercício” (Cântico espiritual).


E uma última observação: eram de carne e osso como nós.

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

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