Claret Contigo – 22 de março
Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador
22 de março de 2020
“Pensarei que Deus está me olhando. Pensarei que Deus me está falando com inspirações e recomendações… eu lhe responderei com jaculatórias. Eu lhe oferecerei cada coisa que farei ou aquilo de que me absterei. Aceitarei o cálice da paixão quando me oferecer oportunidade” (Propósitos do ano 1859, em AEC p. 687)
REFERÊNCIA PERMANENTE
O Deus da Bíblia é o Deus vivo. Vive relacionado com a humanidade, fala a seu povo, revela seu nome, isto é, seu ser e se compadece com seu sofrimento (Ex 3,7). Ele quer viver em diálogo com os seus: “escuta, Israel”; o Deus da ternura, que se chama Pai e tem traços de Mãe (entranhas), o Deus que fixa o olhar amoroso sobre seu povo e este lhe pede: “não me esconda vosso rosto” (Sal 26,8).
Desde sua infância, Antônio Maria Claret estava dotado de uma grande capacidade de interioridade, vivia em diálogo com Deus. Uma primeira e decisiva escuta de Deus aos cinco anos: do pensamento da eternidade passa a ouvir o chamado a “salvar almas” (Aut 9), como então se dizia. Sua formação, na família e na escola, lhe ensina a procurar o caminho que Deus lhe prepara (cf. Aut 26-28).
A formação religiosa leva a tomar consciência do “olhar” de Deus como atento acompanhamento “materno” em nossa caminhada. Olhar criador, que nos faz mais belos: “já bem podes olhar-me, depois que me olhaste, que graça e beleza em mim deixaste (S. João da Cruz). Olhar “de comunhão”, que nos coloca mais em sintonia com Deus e com suas diretrizes, com seu projeto salvífico universal.
Se o olhar de Deus é de amor e de providência, como é possível que o justo se sinta tantas vezes desamparado? Por que tanta violência e tanta dor no mundo? Certamente não temos, nem ninguém tem explicação adequada ao problema do mal, que parece convidar a negar a mesma existência de Deus. Mas o crente sabe que nada caminha à margem do projeto do Pai: Jesus na cruz se queixa da sua aparente ausência; mas acaba confiando o espírito em suas mãos (cf. Lc 23,46). Deus nunca pode deixar de olhar e ouvir o que somos. O importante é não fechar os olhos a Ele.
Como sinto eu a companhia do Pai e de Jesus em minha caminhada? Duvido alguma vez de que Deus pense em mim? Ou sou eu que estou cego na sua presença?
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