Claret Contigo – Meditação Diária
Todos os dias uma meditação sobre o nosso Padre Fundador
21 de novembro de 2019
Meu desejo foi sempre morrer em um hospital como pobre, em um cadafalso como mártir, ou assassinado pelos inimigos da Religião sacrossanta que felizmente professamos e pregamos e gostaria de selar com meu sangue as virtudes e verdades que preguei e ensinei.
Aut 467
O SANGUE COMO TESTEMUNHO
Uma pessoa não acostumada com o linguajar veria nestas palavras uma gozação e um detestável masoquismo. Mas quem teve alguma experiência de amor apaixonado verá muito mais: a pessoa que é o objetivo da nossa paixão é digna de que lhe entreguemos a vida. No namoro se dá uma “mística da imitação”, que, no presente caso, é a imitação de Jesus. São Paulo, uma vez que conheceu Cristo, cultivou esta paixão, que expressou nas conhecidas palavras: “Anseio pelo conhecimento de Cristo e do poder da sua Ressurreição, pela participação em seus sofrimentos, tornando-me semelhante a ele na morte, com a esperança de conseguir a ressurreição dentre os mortos” (Fl 3, 9-10); e a outra comunidade dirá cheio de alegria e com um certo orgulho: “Estou crucificado com Cristo” (Gl 2, 19).
Claret foi um místico da “cristificação”; propôs a si mesmo imitar Jesus na humildade, obediência, mansidão e caridade, no vestuário e na comida, no modo de viajar, no não levar dinheiro, na atividade de pregar, no amor às crianças, pobres, enfermos e pecadores (cf. Aut 428-437). Desejava ainda morrer como Jesus, vendo nele um grande motivo de credibilidade da sua pregação. Como Paulo de Tarso pode dizer a seus auditórios: “Na qualidade de apóstolos de Cristo, poderíamos apresentar-nos como pessoas de autoridade. Todavia, nos fizemos discretos no meio de vós. Como a mãe a acariciar os seus filhinhos, assim, em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, porquanto nos sois muito queridos.” (1Tes 2, 5.8).
A opção martirial esteve sempre presente na Igreja; tanto na antiguidade como em tempos recentes, foram incontáveis os crentes que “desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12,11) e que foram assassinados pela Palavra de Deus e pelo testemunho que deram” (Ap 6, 9)”. É o grande selo da credibilidade da mensagem.
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