Claret Contigo – 16 de março
Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador
16 de março de 2020
“Nos trabalhos, nas calúnias, nas perseguições…, se são bem-aceitos, são exercitadas as virtudes, se recolhem muitíssimos méritos, se edifica o próximo; o Senhor dá muitos e grandes conhecimentos e consolações. Oh! ditosas e felizes perseguições e calúnias, que tantas graças e consolações celestiais me proporcionam”. (O consolo de uma alma caluniada, Barcelona 1864, p. 32).
INTEGRIDADE NA ADVERSIDADE
As palavras do Padre Claret “se estas são bem-aceitas”, fazendo referência às perseguições, nos convidam a examinar nossas atitudes diante da adversidade em geral. Claret pensa nas perseguições como consequência da sua fidelidade ao chamado do Evangelho. Especialmente na época de Cuba e na de Madri, sua entrega para semear a Palavra de Deus lhe provocou calúnias e atentados. Mas diante disso teve a firmeza da fé, não só pela atitude piedosa de aceitar a vontade de Deus, mas também convencido de que as perseguições eram a normal reação de um mundo injusto diante do corretivo evangélico. Já no seu primeiro discernimento quando quis fazer-se missionário itinerante, tinha caído na conta “das terríveis e espantosas perseguições que se levantam conta mim”. (Aut 116).
A base desta coragem do Padre Claret era sua vida arraigada em Jesus. “O servo não é maior que seu Senhor. Se perseguiram a mim, perseguirão a vocês também” (Jo 15,20). Sua opção por uma identificação pessoal com Jesus (cf. Aut 444.6) o obrigou a partilhar as consequências do anúncio do Reino. Sua atitude diante destas compreensíveis rejeições não o fechou em um mundo de amargura ou pessimismo, mas o ajudaram a perceber melhor a grandeza da causa e a entregar-se a ela com entusiasmo ainda maior.
A fidelidade ao amor de Jesus (“a caridade de Cristo me impele” era seu lema episcopal) tinha se apoderado totalmente de Claret, de modo que em sua entrega à evangelização sonhou sempre com a possibilidade de ir mais além; embora também as perseguições fossem mais numerosas. Depois de narrar a alegria que lhe produziu o atentado cruento de Holguín, fala de suas peculiares “esperanças”: “E aumentava meu contentamento ao pensar que isto era como uma amostra do que com o tempo chegaria, isto é, derramar seu sangue e consumar o sacrifício com a morte” (Aut 577).
O que não cabia na vida de Claret, nem deve caber na nossa, é a entrega pela metade ou só de aparência. A causa é tão nobre que só pode provocar entusiasmo sempre crescente, inclusive em meio às contrariedades que origine.
Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf
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