Oração do dia 29/02

Ó Deus, na vossa incansável misericórdia, purificai e protegei a vossa Igreja, governando-a constantemente, pois sem vosso auxílio ela não pode salvar-se. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Ofício das Leituras – Liturgia das horas

Segunda Leitura
Das Homilias de São Basílio Magno, bispo
saobasiliomagno

(Hom. 20, De humilitate, 3: PG31,530-531)(Séc.IV)

Quem se gloria, glorie-se no Senhor

Não se glorie o sábio de seu saber, não se glorie o forte de sua força, nem o rico de suas
riquezas (Jr 9,22).

Qual é então o verdadeiro motivo de glória e em que consiste a grandeza do homem? Quem se
gloria – diz a Escritura – glorie-se nisto: em conhecer e compreender que eu sou do Senhor (Jr
9,23).

A nobreza do homem, a sua glória e a sua dignidade consistem em saber onde está a verdadeira
grandeza, aderir a ela e buscar a glória que procede do Senhor da glória. Diz efetivamente o
Apóstolo: Quem se gloria, glorie-se no Senhor. Estas palavras encontram-se na seguinte
passagem: Cristo se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e
libertação, para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-se no Senhor” (1Cor 1,31).

Por conseguinte, é perfeito e legítimo nos gloriarmos no Senhor quando, longe de orgulhar-nos
de nossa própria justiça, reconhecemos que estamos realmente destituídos dela e só pela fé em
Cristo somos justificados.

É nisto que Paulo se gloria: desprezando sua própria justiça, busca apenas a que vem por meio
de Cristo, ou seja, a que se obtém pela fé e procede de Deus; para assim conhecer a Cristo, o
poder de sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, configurando-se à sua morte, na
esperança de alcançar a ressurreição dos mortos.

Aqui desaparece todo e qualquer orgulho. Nada te resta para que te possas gloriar, ó homem,
pois tua única glória e esperança está em fazeres morrer tudo que é teu e procurares a vida
futura em Cristo. E como possuímos as primícias desta vida, já a iniciamos desde agora, uma
vez que vivemos inteiramente na graça e no dom de Deus.

É certamente Deus quem realiza em nós tanto o querer como o fazer, conforme o seu desígnio
benevolente (Fl 2,13). E é ainda Deus que pelo seu Espírito nos revela a sabedoria que, de
antemão, destinou para nossa glória.

Deus nos concede força e resistência em nossos trabalhos. Tenho trabalhado mais do que os
outros – diz também Paulo – não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo (1Cor 15,10).

Deus nos livra dos perigos para além de toda esperança humana. Experimentamos, em nós
mesmos, – diz ainda o Apóstolo – a angústia de estarmos condenados à morte. Assim,
aprendemos a não confiar em nós mesmos, mas a confiar somente em Deus que ressuscita os
mortos. Ele nos livrou, e continuará a livrar-nos, de um tão grande perigo de morte. Nele
temos firme esperança de que nos livrará ainda, em outras ocasiões (2Cor 1,9-10).

Fonte: Liturgia das Horas.

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