Meditações Pascais – 28 de maio

Ele está no meio de nós

Padre Valter Maurício Goedert

Quinta-feira | 28 de maio de 2020

COM MARIA, A MÃE DE JESUS (At 1,14)

Ao descrever os primeiros momentos da vida da Igreja à espera do Espírito Santo, Lucas cita nominalmente cada um dos apóstolos, juntamente com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,14). Quando a família se reúne, a mãe ocupa um lugar de destaque. É impossível estar unido à mãe, sem acolher o pai e os irmãos. Em torno dela, a família se sente coesa, protegida; o amor flui com mais intensidade.

Maria constitui exemplo perfeito no seguimento de Jesus. “Quão grande e heróica foi, afirma João Paulo II, a obediência da fé demonstrada por Maria diante dos insondáveis desígnios de Deus! Como ela se abandonou nas mãos de Deus sem reservas, prestando pelo obséquio da inteligência e da vontade àquele cujas vias são imperscrutáveis! Quanto se mostra potente a ação de graças na sua alma, e quanto é penetrante a influência do Espírito Santo, da sua luz e da sua virtude” (Mãe do Redentor, n. 18).

Desde a Anunciação Maria entra na vida de Jesus. As alegrias e os sofrimentos de seu filho são as suas. Junto à cruz, de pé, numa oferta marcada pela dor e pela fé, entrega-se ao Pai, com Cristo, por Cristo e em Cristo.

Já nos primórdios da Igreja, na comunidade dos discípulos de Jesus, uma profunda relação se estabelece entre Maria e a Igreja nascente. Isso se comprova, de modo particular, pelo lugar de destaque que ela ocupa, tanto na liturgia do Oriente, como nas celebrações litúrgicas do Ocidente. “A Mãe do Salvador, afirma Paulo VI, é certamente mãe dos seus membros… Que dignidade maior pode ser conhecida que a de ser mãe daqueles de quem Cristo se dignou ser pai e irmão?” (Christi Matri Rosarii, n. 7).

Essa analogia entre Maria e a Igreja é descrita por Paulo VI, em sua Exortação Apostólica sobre o culto à Virgem Maria: “A exemplaridade da bem-aventurada Virgem Maria é conseqüência do fato de ela ser reconhecida como modelo excelentíssimo da Igreja, na ordem da fé, da caridade, e da perfeita união com Cristo, isto é, daquelas disposições interiores com que a mesma Igreja, Esposa amadíssima, intimamente associada ao seu Senhor, o invoca e, por meio dEle, presta culto ao eterno Pai” (n. 16).

João Paulo II afirma: “A Igreja torna-se mãe pela fiel recepção da Palavra de Deus. Como Maria, que foi a primeira a acreditar, acolhendo a Palavra de Deus que lhe foi revelada na Anunciação e a ela permanecendo fiel em todas as provações até a Cruz, assim também a Igreja se torna mãe quando, acolhendo com fidelidade a Palavra de Deus, pela pregação e pelo batismo, gera para uma vida nova e imortal os filhos concebidos por obra do Espírito Santo e nascidos de Deus” (A Mãe do Redentor, n. 18).

Na vida dos cristãos, Maria, a “cheia de graça”, é também a dispensadora das graças que fluem da paixão, morte e ressurreição de seu Filho Jesus. Como ninguém, conhece nossas necessidades. Com seu amor de mãe cuida dos irmãos do seu Filho, que ainda peregrinam rodeados de perigos e de dificuldades, até que sejam conduzidos à pátria feliz. “Ela é nossa mãe, mãe da nossa vida, mãe da nossa incorruptibilidade, mãe da nossa luz. Assim, é mais nossa mãe do que nossa mãe corporal”.

MÃE DO RESSUSCITADO!

Maria, hoje como outrora,
há dois mil anos,
é necessária para o mundo
a ressurreição de teu Filho.
Faz com que teu Filho ressuscite,
para que teus outros filhos ressuscitem.
Para que aqueles que morrem de fome
morram com esperança.
Para que os que sofrem
aliviem seus sofrimentos.
Para que os que choram
sejam consolados.
Para que os tristes
tenham alegria.
Para que os presos
creiam na libertação.
Para que os drogados
não precisem fugir de si mesmos.
Para que o mundo não seja imundície.
Para que os homens e as mulheres
creiam no Deus do amor,
que os libertou da morte.
Maria, hoje o mundo, cada vez mais,
tem necessidade da ressurreição de Jesus.
Tu que és sua Mãe,
faz com que ele ressuscite
em cada um de nós e em todos,
para que o mundo creia, como tu,
e a Igreja primitiva,
ante o sepulcro vazio!

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Paróquia Imaculado Coração de Maria

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