Meditações Pascais – 19 de maio
- By: Paróquia Imaculado Coração de Maria
- Posted on: 19/05/2020
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Ele está no meio de nós
Padre Valter Maurício Goedert
Terça-feira | 19 de maio de 2020
LANÇAI AS REDES (Jo 21,6)
“Lançai as redes” é, ao mesmo tempo, um convite e uma ordem; vocação e serviço, como aquele dirigido a Abraão: “Sai da tua terra” (Gn 12,1), a Moisés na sarça ardente (Ex 3,10), a Gedeão para libertar o povo dos madianitas (Jz 6,14). Elias, no silêncio do monte Horeb, é chamado para superar o comodismo e o medo, recomeçando, sempre de novo, a serviço do Reino.
Em sua Carta Apostólica “Novo Millennio Ineuente”, João Paulo II convida a esse dinamismo: “Agora devemos olhar para a frente, temos de avançar para as águas mais profundas confiados na palavra de Cristo… Na causa do Reino não há tempo para olhar para trás, menos ainda para entregar-se à preguiça. Há muito trabalho à nossa espera; por isso, devemos nos dedicar a uma eficaz programação pastoral pós-jubilar” (n. 15).
“Lançar as redes” constitui um convite à ação positiva e construtiva. Não podemos nos contentar com tarefas periféricas, com soluções fáceis, com atitudes medíocres. O Reino merece que demos o melhor de nós mesmos, de nossos esforços, de nossas capacidades. A fidelidade a Jesus passa pela coragem de assumir riscos, superar limites, buscar o “vinho novo”, confiar na força do Evangelho. Passe longe a tentação de pôr a mão no arado e olhar para trás.
O mundo de hoje pede de nós atitudes corajosas, criatividade em descobrir novos caminhos, soluções novas para problemas novos. O Concílio Vaticano II convoca os cristãos a essa tarefa (GS 40-43).
Quais esses novos caminhos? João Paulo II adverte que não se trata de inventar um programa novo, diferente daquele expresso no Evangelho (“Novo Millennio Ineunte”, 29 ss). Cristo é sempre novo; renova permanentemente todas as coisas. Novos devem ser os métodos, novo o ardor missionário, nova a evangelização, no sentido de tornar sempre mais verdadeiro e atuante o anúncio do Evangelho.
É preciso recolocar a ação pastoral sob o signo da santidade, educando a comunidade para a oração e a participação frutuosa na Eucaristia, centro e cume de toda a vida cristã. Redescobrir o “mistério da piedade” e o sacramento da Reconciliação. Reconhecer o primado da graça nas atividades pastorais. Retomar a “escuta da palavra de Deus”. Fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão, preservando a pluralidade de ministérios. Fomentar o esforço ecumênico, através do compromisso de amor ativo e concreto a cada ser humano.
Ir para “as águas mais profundas” significa reconhecer que a civilização atual não propõe apenas desafios ao Evangelho, mas apresenta propostas novas, descortina novos horizontes. É preciso estar atento aos “sinais dos tempos”. Reconhecer nas vitórias da humanidade reflexos da ressurreição. Perceber nos sofrimentos humanos o grito de Jesus agonizante: “Meu Deus, meu Deus: por que me abandonaste?” (Mc 15,34). Em cada coração humano sentir a pulsação do Coração do Redentor. A Páscoa convida a retomar o caminho para Jerusalém, como os discípulos de Emaús, e como eles testemunhar: “Vimos o Senhor; com ele celebramos o início da Páscoa definitiva!”
PAI NOSSO!
Invoquemos o Pai
com as palavras que o Espírito
põe em nossos lábios:
Pai Nosso, que estais no céu!
Porque desejamos que a luz de Cristo
ilumine todos os seres humanos,
pedimos:
Santificado seja o vosso Nome!
Porque Jesus nos fez participantes
de sua própria vida como filhos de Deus,
ousamos dizer:
Venha a nós o vosso Reino!
Cristo ressuscitado
fez de nós um só coração, uma só alma.
Podemos dizer com confiança:
Seja feita a vossa vontade!
Unamos nossa oração à de Jesus,
nosso Advogado junto ao Pai.
Digamos como ele nos ensinou:
Assim na terra como no céu!
Cristo ressuscitado deu-nos o Espírito Santo,
que ora dentro de nós, em nossa fraqueza.
Peçamos com confiança:
Perdoai as nossas ofensas!
Filhos de Deus pelo batismo,
unidos no Espírito de Cristo,
invoquemos o Pai:
Como nós perdoamos aos que nos ofendem!
Porque Deus derramou em nossos corações
o Espírito do seu Filho,
atrevemo-nos a dizer:
Não nos deixeis cair em tentação!
Felizes pela filiação divina,
confirmamos nossa esperança,
rezando com Cristo:
mas livrai-nos do mal. Amém!
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