Claret Contigo – 19/02

Todos os dias uma meditação sobre as palavras do nosso Padre Fundador

19 de fevereiro de 2020

“Sei que não tenho gênio de cortesão nem de palaciano; por isto, o ter que viver na Corte e estar continuamente no Palácio é para mim um contínuo martírio. Sempre estou desejando sair. Sou como um pássaro na gaiola que vai seguindo os arames para ver se posso escapar. Quase me teria alegrado com uma revolução para ser expulso do Palácio” (Aut 620)

LONGE DAS HONRAS PALACIANAS

Uma jaula. Uma jaula dourada foi o ambiente de corte para Claret. Quantos gostariam de estar aí, acotovelar-se com os grandes personagens, aparecer como senhores! Mas Claret não era deste calibre. Talvez precisamente por isso a Rainha da Espanha o escolheu como seu confessor, consciente de que ele fugiria das honras da Corte. E mais ainda, teve a coragem de exigir de sua Majestade, como condição para aceitar o cargo, que o dispensasse de certos protocolos, que lhe deixasse a necessária liberdade para outras atividades apostólicas na capital do Reino. E a Rainha acatou seus desejos. Contudo, Claret se sentia em uma jaula, porque seus desejos missionários iam muito mais além: “Meu espírito é para todo o mundo”, havia dito quando foi nomeado arcebispo.
O tipo cortesão, o gosto pelos lugares de honra, a busca de benefícios, o meter-se nos meandros da política…, não era precisamente o que caracterizava Claret, que havia sido nomeado bispo contra sua vontade uns anos antes e que agora, no ambiente de Madri de fins de século XIX, seria o alvo das maiores perseguições, gozações da imprensa, caricaturas escandalosas, difamantes e calúnias sem fim…
Claret calava e desejava abandonar seu cargo que o fazia estar ao lado dos grandes da terra; sentia-se como um pássaro na gaiola que não consegue escapar da sua prisão dourada. Manteve-se aí, por obediência ao Papa. Mas não deixou de exercer seu ministério a favor de todos, cortesãos e gente do povo simples. Talvez os 11 anos que teve que permanecer fechado em Madri tenham sido os mais frutíferos da sua vida missionária. E também os mais dolorosos.

Na sociedade e na Igreja, algumas pessoas revestidas de autoridade podem ser vítimas de estruturas demasiadamente humanas que as aprisionam. Quais são suas ataduras, as gaiolas que o aprisionam em sua comodidade, em seu status, em suas rotinas?

Tradução: Padre Oswair Chiozini,cmf

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